Total de visualizações de página

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Guerra e Paz________Portinari


Na expedição do dia 18/04/2012 visitamos no Memorial da América Latina a Exposição em homenagem ao Cinquentenário da morte de Cândido Portinari (06/02/1962) GUERRA e PAZ.



Entre obras produzidas entre os anos de 1952 e 1956 como painéis, murais e mais de 100 estudos feitos pelo artista, alguns vídeos relatando o transporte dos quadros da  sede   da ONU (Nova York) até os ateliês de restauro no Palácio Gustavo Capanema (Rio Janeiro) e alguns projetos não realizados do autor também fazem parte da exposição.


Alias, o nome da exposição lembra a obra do autor: Guerra e Paz. A saber,   esta   pintura conta com dois painéis de aproximadamente 14 x 10 m cada   um  pintados a óleo     sobre madeira compensada naval com o auxilio de Entico Bieanco e Maria Luiza  Leão que pela beleza do conjunto levou o autor a ser agraciado (1956) com  o   premio      concedido pela Solomon Guggenheim Foundation de Nova York pela sua originalidade.


Um fato interessante chamou nossa atenção: os painéis não puderam ser inaugurados pelo autor, pois Portinari teve sua entrada nos EUA impedida por negação de visto do governo americano sob acusação de “comunista”. Localizados em local nobre, de acesso restrito aos delegados das Nações Unidas, no hall de entrada da Assembléia Geral, os monumentais painéis não podem ser vistos pelo público por razões de segurança, nem mesmo durante as visitas guiadas da ONU. Caramba! Que privilegio ver em nossa cidade algo tão famoso que nem mesmo de seu lugar de exposição é aberto ao publico! Merecemos...Nos merecemos.


Por esse motivo, o Projeto Portinari (Organização dirigida pelo filho único do artista, Professor João Candido Portinari, para, entre outras atividades, catalogar o acervo das obras do pai) sempre sonhou expor Guerra e Paz ao grande público. Em 2007 com o anúncio de uma grande reforma no edifício sede da ONU entre 2010 e 2013, uma brecha deu luz a este desejo e a oportunidade inédita de expor os painéis no Brasil como também no exterior se tornou realidade. Olha o jeitinho brasileiro ai gente!!!

Pois é: cinqüenta e quatro anos depois, em dezembro de 2010 os painéis deixaram a sede da ONU e retornaram ao Brasil para restauro em ateliê aberto ao público e graças aos esforços do filho do pintor (Projeto Portinari), Governo Federal através do Ministério da Cultura e do Itamaraty, instituições internacionais, empresas estatais e privadas, estas belíssimas obras estão em exposição ficando no Brasil até 21/04/2012. 

Com certeza, um prato cheio aos admiradores de arte do Colóquio Cultural. Da-lhe Marisa...Minha bagagem cultural esta brilhando e você é a responsável por isso... OBRIGADO por mais um dia. 

Manoel

=============

Durante a visita a exposição, pensei em redigir um texto a respeito do quadro e assim ficou:

Guerra e paz




Na guerra o homem não pensa
Nas pelejas a existência perde razão
O amor outrora presente
Transforma-se em ódio pelo irmão


Na paz a história é serena
O cotidiano no geral é prazer
Poucos são os problemas reais
O amor faz a vida florescer


Na guerra os rostos espelham dor
Ha falta do que comer
As mãos protegem o rosto
O medo é regra no viver


Na paz os semblantes são de alegria
Na bonança as cantigas são de viver
O colóquio dos jovens evoca amor
A vida transborda ao amanhecer


Na guerra os sons se confundem
No máximo nela à paz lembra um cemitério
As cores vislumbram morte
Dor, julgamento... o amanha se transforma num mistério.


Viva teus dias
Problemas existem e sempre existirão
Faça acontecer dentro do possível
Feito Portinari, dê asas a imaginação.




Manoel Cláudio Vieira – 19/04/2012 – 05:47h


quarta-feira, 11 de abril de 2012

Edifício Martinelli - uma pérola restaurada no Centro de São Paulo

Com 30 andares, o Edifício Martinelli foi o primeiro arranha céu da América Latina. Está localizado no triângulo formado pela Rua São Bento nº405, Av. São João nº 35 e Rua Libero Badaró nº 504, no centro de São Paulo.


Erguido com a técnica construtiva de alvenaria de tijolos e estrutura de concreto. Atualmente, considerado o símbolo arquitetônico mais importante do momento de transição da cidade baixa. A construção foi iniciada em 1924, inaugurado em 1929 com 12 andares seguindo até 1934 finalizando a obra com 30 andares (130 metros).


Detalhe dos andares superiores.

Foi arquitetado e projetado pelo arquiteto húngaro William Fillinger, da Academia de Belas Artes de Viena. Não tendo apoio governamental para terminar a obra, Martinelli foi obrigado a vender uma parte do empreendimento ao "Istituto Nazionale di Credito per il Lavoro Italiano all´Estero" do Governo Italiano, motivo pelo qual o Governo Brasileiro tomou o prédio para si, em 1943.

Em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, abrigou em seus terraços superiores, uma bateria de metralhadoras antiaéreas, para defender São Paulo do ataque dos chamados "vermelhinhos", os aviões do Governo da República, que sobrevoavam a cidade ameaçando bombardeá-la.

Terraços luxuosos do Edifício Martinelli.


Vários partidos políticos tiveram suas sedes no Edifício Martinelli: o antigo PRP, PC, PI, posteriormente a UDN. Os clubes da cidade também ocupavam as suas dependências como o Palestra Itália, hoje o Palmeiras, a Portuguesa de Desportos e o IT Clube, hoje desaparecido.


A partir da década de 50, o edifício entrou em uma fase de degradação extrema, ocupado por moradores de muito baixa renda, com o lixo sendo jogado nos buracos do elevador e servindo de cenário para alguns dos crimes mais famosos da época.

Em 1975 foi desapropriado pela prefeitura e completamente reformado pelo Prefeito Olavo Setúbal, reinaugurado em 1979 onde se encontra nas atuais condições. Hoje abriga as Secretarias Municipais de Habitação e Planejamento, as empresas Emurb e Cohab-SP, a sede do Sindicato dos Bancários de SP além de diversos estabelecimentos comerciais na parte térrea do edifício.


Casa do Comendador.

Paulo se reunia em suntuosas festas. Foi construída como moradia da família Martinelli para "provar" ao povo que o prédio não cairia.



Semana que vem, 14:30h nos encontraremos no Memorial da América latina p ver a obra de Portinari exposta na ONU, GUERRA E PAZ.


Abraço a todos


Manoel
+++++++++++++++


Localização=São Paulo, SP, Brasil
Construído = 1924-1934
Abertura 1929
Uso = Escritórios
Altura telhado= 130 metros
Companhias = Arquiteto William Fillinger


quinta-feira, 5 de abril de 2012

O Sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste.


Na expedição do dia 28/03/2012 visitamos nosso vizinho de parque Ibirapuera Museu Afro Brasil onde apreciamos a mostra “O Sertão; da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste”. Com aproximadamente 800 obras entre pinturas, esculturas, gravuras, ex-votos, roupas, fotografias, instalações e documentos reproduzindo o ambiente no qual vive o homem sertanejo.


Com curadoria de Emanoel Araújo, a mostra leva o espectador à caatinga e aos ambientes que fazem parte da vida do sertanejo, do ofício às residências, trazendo um misto de cultura, costumes e fé, situando-o em meio ao curral, às casas rurais, objetos de marcar boi, artefatos de selarias, livros de cordel e altares. Para tornar a experiência mais próxima, a exposição contará com cenários e recursos multimídia, com espaços com luzes e sons desenvolvidos pelo cenógrafo convidado André Calazares.


Também estão entre os atrativos dessa exposição vestimentas do beato José Lourenço, que liderou a comunidade Caldeirão de Santa Cruz do Deserto, localizada no Crato (CE), e fotografias da ABA Film, nas quais são retratados objetos e indumentárias que dão a precisão estética utilizada pelos cangaceiros de Lampião e Maria Bonita. Outras figuras que se destacam na mostra são Antonio Conselheiro, Padre Cícero e Beata Maria Araújo.


A exposição passeia por locais como Arraial de Canudos (BA), Vale do Caldeirão (CE) e Chapada do Araripe (CE), contando fatos históricos ocorridos nessas regiões. Passa também por clássicos da literatura nacional, como Os Sertões, de Euclides da Cunha, e Vidas Secas, de Graciliano Ramos, bem como pela literatura de cordel produzida por Patativa do Assaré e J. Borges, pela arte popular de Nino, Mestre Manoel Graciano, Valentino, Irmãs Cândido e Mestre Noza, pela música de Luiz Gonzaga, Geraldo Vandré e João do Valle, pela poesia de João Cabral de Melo.


Semana que vem no mesmo horário o Colóquio Cultural se reunira no Casarão do Cecco para avaliar o quanto à vida se torna melhor quando pessoas como Marisa/Eluis nos abrem uma oficina tão maravilhosa quanto esta para individualmente cada um crescer e sentir a vida fluir de forma serena, agradável e, sobretudo, humana.

Abraço a todos

Manoel com texto adaptado do original do Museu Afro e fotos gentilmente cedidas ao blog do Colóquio – 

Valeu Ellen - novamente, muito obrigado Cláudio - vocês fazem a diferença! `}